terça-feira, 25 de novembro de 2008

Jonas Bendiksen




Fotografo Norueguês Jonas Bendiksen fala sobre seu ensaio The places we live , segunda dia 24 de novembro, durante evento na Aperture Gallery.


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pedro Martinelli























Nasceu em 1/1/1950 e começou no jornalismo como fotógrafo em A Gazeta Esportiva (1967). Passou pelo Diário do Grande ABC (1968-70) e O Globo (1970-75), quando cobriu a expedição de contato dos índios Kranhacãrore (hoje chamados Panará).
Trabalhou depois em Veja (1976-83) e chefiou o Estúdio Abril (1983-94). Desde 1994, dedica-se à documentação da vida do homem da Amazônia, da qual resultou em livro.
Em 1970, quando o regime militar botou em marcha os primeiros acordes do chamado Plano de Integração Nacional e iniciou a construção de rodovias que cortariam a floresta amazônica, Pedro, então com 20 anos, foi escalado pelo jornal O Globo para cobrir a célebre expedição de "atração" dos chamados Kranhacãrore, os "índios gigantes", na rota da abertura da rodovia Cuiabá-Santarém.
Foi sua pós-graduação de mato na Amazônia, tendo Cláudio Villas Bôas como mestre!
Durante três anos, aguardou pacientemente na rede, meses a fio, o desfecho da história. Descobriu quanto custa fazer uma documentação fotográfica profunda, numa região imensa, desconhecida e onde o que dá o ritmo (ainda) é a natureza...

Seus registros memoráveis do cerco aos Kranhacãrore viriam se completar somente 25 anos mais tarde, quando reencontrou os Panará - o verdadeiro nome da tribo - e pôde documentar o seu retorno ao que sobrou do território tradicional, depois do vendaval predatório das madeireiras, das empresas agropecuárias e dos garimpos que se instalaram na região dos afluentes da margem esquerda do médio Xingu, no rastro da estrada.
A esta altura, Pedro Martinelli já havia deixado o emprego fixo e estava andando por sua conta, sem a pressão das pautas de curto prazo e o jugo dos editores, para se dedicar prioritariamente à documentação do cotidiano do homem da Amazônia.
Pedro é um fotógrafo artesanal, que só utiliza câmeras mecânicas sem adereços, tem uma aproximação profundamente humana e alegre com as pessoas e comunidades protagonistas das histórias que está aprendendo para contar.
Beto Ricardo, companheiro de viagem - Instituto Socioambiental São Gabriel da Cachoeira, AM

Palavras em imagem


LIMIARES DA IMAGEM
Antônio Fatorelli e Fernanda Bruno

Neste livro sobre as imagens e seus limiares na cultura contemporânea, o leitor percorrerá o terreno instável das passagens, as dimensões intermediárias das fronteiras, recorrentes nos textos com conteúdos, formas e intensidades variadas, desde diversos pontos de vista: comunicação, filosofia, história da arte, física, psicanálise, literatura e produção estética. Limiares da Imagem investiga a natureza e o destino das imagens na atualidade, com o intuito de dimensionar algumas das singularidades da cultura contemporânea e aferir sobre os afetos e as formas atuais de experiência, em especial sobre as condições diferenciais que envolvem a criação, a observação e a crítica de imagens na contemporaneidade. Com temas instigantes e variados, os 11 artigos deste livro enfocam as mutações estéticas e éticas promovidas pela cultura digital, a partir dos anos 1970. Neste momento de transição, comparável em extensão e profundidade àquele que se sucedeu à emergência da fotografia na primeira metade do século XIX, Limiares da Imagem vem ao encontro de muitos questionamentos e suas diversas abordagens certamente despertarão o interesse de profissionais e estudantes de diferentes campos de conhecimento e produção, como a comunicação, a arte, a estética, a filosofia e a psicologia.



WALTER BENJAMIN: IMAGENS
Carlos Pernisa Jr, Fernando Furtado, Nilson Alvare

Walter Benjamin destacou que logo nos primeiros anos da invenção do Daguerreótipo já se vislumbrava a possibilidade de utilizar a técnica fotográfica com fins lucrativos. Assim, há fenômenos que atualmente se impõem avassaladores e merecem análise que vá além daquela que estuda as técnicas empregadas pelos publicitários na vulgarização dos “daguerreótipos da contemporaneidade”: o “sistema digital” na manipulação de verossimilhança(s) pela indústria cultural e os desafios que daí se sucedem como a perda da memória, a (re)produtibilidade de acontecimentos como mero valor de troca (e não como valor de uso) e os infindáveis recursos digitais que afastam o produtor do objeto numa espécie de alienação por mecanismo de telerrealidade.
A imagem em Walter Benjamin é parte de um processo de construção de linhas de pensamento. Transformada em palavra_ou até feita das próprias palavras_,a imagem torna-se integrante de uma maneira de Benjamin compreender o mundo. Ele não só pensa por meio de imagens, ele também pensa com imagens.



A MÁQUINA DE ESPERAR

Maurício Lissovsky

"A partir do momento em que a fotografia tornou-se dominantemente instantânea, para onde foi o tempo que antes era parte indissociável de sua confecção?”
Desde logo, as primeiras reflexões sobre a fotografia assinalaram sua dimensão mágica. A este respeito, dois aspectos foram costumeiramente ressaltados. O mistério da imagem latente – que fazia surgir, do nada, o mundo que a câmera havia feito desaparecer em seu interior; e o milagre da permanência – que conferia eternidade às circunstâncias efêmeras da existência. Mas nenhuma destas duas características nos fala da magia própria do instantâneo. A fotografia, depois de tirada, é o coelho já saído da cartola. Sua verdadeira magia só pode estar em algum momento anterior, quando a varinha já está erguida e estranhas forças se conjugam, no interior escuro da cartola. A partir de uma concepção imanente do instante, este livro percorre as obras de alguns dos maiores fotógrafos do século XX para encontrar, no modo como esperam, no seu passe-de-mágica, a origem dos aspectos formais de suas imagens.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

London Bombings

Guilhem Alandry ©

O coletivo fotográfico londrino documentography acompanhou os trágicos eventos do atentado de 7 de julho de 2006 em Londres e suas conseqüências através dos diferentes pontos de vista de seus fotógrafos: Anna Kari, Eduardo Martino e Guilhem Alandry, incluindo os desdobramentos da morte pela policia do brasileiro Jean de Menezes.


Eduardo Martino ©

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Three Gorges









"Minhas fotos são, principalmente, sobre contradições: a simultânea e infinita coexistência da beleza confundida com a destruição, do amor com o ódio. A interminável capacidade de contradição definiu a existência humana e é forçada no alívio total da guerra."

Peter van Agtmael é graduado em História. Passou um ano na China fotografando os efeitos sociais e ambientais da construção da Barragem Three Gorges.
Em 2005, cobriu o Tsunami na Tailândia e depois mudou para a África do Sul, trabalhando com questões de saúde na África Sub-Saariana. Desde 2006, está documentando as consequências da guerra norte-americana, em casa e no mundo.

Desde 2008, é representado pela Magnum Photos.

http://www.petervanagtmael.com/

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Arrancado













Uma manhã, não me lembro quando, acordei suando, o meu coração batia alarmado. Fiquei apenas com uma vaga memória.

No meu sonho, apareci vestido; eu entro e saio ao longo dessas passagens familiares. Volto à minha velha escola, o deslumbramento das luzes que emanam do cinema, a margem do rio onde eu costumava nadar, os telhados aonde eu ia para sentir uma lufada de ar fresco, os percursos sinuosos... Tudo está em trevas, não existem amigos ou parentes para serem encontrados em qualquer lugar. De onde todas estas bolhas e objetos flutuantes vêm? Torna-se difícil respirar, não consigo perceber nada, eu gritei, mas nenhum som pode ser ouvido...

Perto do final de 2005, câmera em punho, me esforcei para voltar à minha cidade natal, a fim de fotografar. Para melhor ou para pior, a minha cidade ainda não tinha sido totalmente nivelada e as pessoas ainda não tinham sido completamente deslocadas. Não obstante as inúmeras ruínas, a atividade da cidade ainda podia ser percebida. Com a construção de nova cidade, que já tinha sido concluída, tudo estava tão cativante! Eu estava muito ocupado buscando velhos amigos e conhecidos para tirar qualquer foto. No verão de 2006, viajei de barco para a Barragem de Three Gorges. Ao longo do percurso, em Zigui, Wushan, Yunyang, Fengjie e Wanxian, fotografei fragmentos das construções ribeirinhas.

Este ano voltei várias vezes. Cada vez, sentia que era uma corrida contra o tempo. Eletrizantes slogans poderiam ser lidos por toda a parte, pintados nas paredes: "Vamos derrubar meia cidade em cem dias". Eles estavam destruindo a cidade velha muito rápido, deixando uma atmosfera de morte e de decomposição em todo lugar. Ao tirar estas fotografias, tive que segurar minha respiração e, uma vez feito isso, escaparia.

Não pretendo me debruçar sobre o significado a ser encontrado na minha fotografia. O que é importante para mim é que eu vim dessa cidade. Trata-se do que temos em comum lá: nosso sotaque, nossos temperos picantes, o sinal amistoso para dizer olá quando passamos um pelo outro na rua, as ruas que viajamos junto com nossos antepassados e que nos mantêm unidos... Esta série foi criada por tudo isso. Vai ser o meu livro de memórias pessoais!

Em 2009, estará entre os últimos povoados a serem evacuados e submerso sob as águas da Barragem Three Gorges, arrancando seus habitantes de lá para sempre. Kaixian, os 1800 anos de história da minha terra, apagados.

Nasci há 36 anos.

Nesse dia, acordarei debaixo d’água.

Yang Yi

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Milton Guran















Rio de Janeiro, RJ, 1948

Obteve o título de mestre em Comunicação Social pela Universidade de Brasília (1991) e de doutor em Antropologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, Marselha, França (1996). Repórter fotográfico desde 1973, trabalhou no Jornal de Brasília em 1978. Sócio fundador e diretor da agência ÁGIL Fotojornalismo (1980-1986), foi presidente da União dos Fotógrafos de Brasília (1980-1982) e secretário da Federação Nacional dos Jornalistas (1980-1983). Trabalhou como fotógrafo do Museu do Índio/Funai, Rio de Janeiro, de 1986 a 1989. Recebeu a Bolsa Vitae de Artes/Fotografia (1990) o X Prêmio Marc Ferrez da FUNARTE (1998) e o Prêmio Pierre Verger da Associação Brasileira de Antropologia (Prêmio Especial do Júri - 2002). Dedicado ao estudo da utilização da fotografia como instrumento de pesquisa em Ciências Sociais, é Coordenador-geral do FotoRio – Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro.