segunda-feira, 30 de junho de 2008

Enquanto isso no Maranhão...


Walter Firmo aciona o obturador.

Foto: Armando Salmito

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Access to Life




Em Access to Life, 8 fotógrafos da Magnum retrataram 30 pessoas em 9 países, antes e quatro meses depois de começarem tratamento antiretroviral contra a AIDS.

Haiti - Jonas Bendiksen
Peru - Eli Reed
Mali - Paolo Pellegrin
África do Sul - Larry Towell
Swazilândia - Larry Towell
Ruanda - Gilles Peress
Rússia - Alex Majoli
Índia - Jim Goldberg
Vietnam - Steve McCurry

O trabalho pode ser visto em:
http://accesstolife.theglobalfund.org/

domingo, 15 de junho de 2008

Feliz Cumpleaños Che

Auto retrato na Tanzânia, 1956

Cuba, 1959

México, 1955

Índia, 1959

Che en La Habana, 1963 - foto: Roger Pic


Hoje em dia, quando se pronuncia o nome de Che Guevara instantaneamente nos vem a cabeça a foto de Corda que, como se tivesse tomando vida própria, viajou o mundo em bottons, camisetas e revistas.
A relação de Che com a fotografia teve na verdade dois lados. O primeiro como objeto da fotografia, sempre carismático ele sabia como se deixar fotografar. Outro lado menos conhecido, que também o favoreceu no primeiro, é o do Che fotógrafo. Durante suas andanças pelo mundo ele sempre levava sua câmera. Unida ao seu domínio com as palavras, a fotografia lhe serviu para documentar os acontecimentos que o levaram a ingressar na guerrilha.
"Um artista com sentimento de guerra", assim Fidel o chamava; Che era também um artista das palavras e da fotografia que está gravado em nossas memórias com tenacidade e paixão, beleza e sensibilidade. A medida de todas as coisas...” (Victor Casaus)

Essas fotos são um fragmento de sua intimidade e demonstram o imaginário de um revolucionário.

Henry Macário, Havana – Cuba 2008

Para continuar comemorando, clique aqui.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

A maior montanha do mundo para a maior mãe do mundo.


(Por Joao Paulo Barbosa)


"Where can one find words with which to praise the Creator after seeing the imcomparable beauty of the Himalayas?", sings the Hindu

"Not even in a hundred years of the gods could I tell you of the glories of the Himalaya". The Puranas


Cheguei ontem pela manha em Kathmandu (capital do Nepal), vindo de Lukla, by plane. Foram 24 dias caminhando, sobe-desce sobe-desce, entre 2.900 e 5.546 metros, dentro do parque nacional mais alto do mundo, o Sagarmatha National Park - terra dos Sherpas, guardioes do Monte Everest. Uma regiao muito privilegiada: o Ama Dablam, o Kangtega, o Thamserku, o Kwangde, o Lhotse, o Nuptse, o Changtse, o Taboche, o Lobuche, o Pumori, o Cho Oyu, o Makalu... e tantos gigantes belissimos reunidos. Para mim, que sempre curtiu Historia, Fotografia e Montanhismo, foi um dos melhores presentes da vida. Descer sozinho o Kala Pathar (5.543 m), com a luz incrivel da Lua cheia iluminando tudo, sem um movimento de vento, num mundo de silencio profundo, com o monte Everest crescendo a minha frente, posso dizer, lembrar e emocionar-me para sempre, que foi um dos momentos mais bem vividos de toda a minha vida. Entendi perfeitamente o "love affair with a mountain", vivido pelo alpinista George Mallory, entre 1921 e 1924. No meu caso, precisei viver 34 anos e viajar 265 dias para encontrar-me ali, diante de um simbolo, de um mito, de uma massa de rocha que encanta meio mundo e que, ha tantos milhoes de anos atras, ja foi o fundo de um mar.

"Chomolungma"
A montanha revelou-se,
devagar
como um grande amor.

Dentre os pontos altos dessa caminhada (interna e externa; "I'm delighted on my voyage inward for there is always room to grow", escreveu Reinhold Messner, apos a primeira escalada solo em sem oxigenio do Everest, em 1980), alem das figuras rarissimas que conheci e que pude compartilhar tudo de bom que se vive nas montanhas - 'aprendi a conhecer melhor as pessoas atraves das pedras que elas escolhem pisar ao caminhar' - , cito a subida solitaria ao Chhukung Ri (5.546 m), uma noite de "sonhos de apneia" no acampamento-base do Everest, a travessia do Chola Pass (5.330 m), e, por fim, a subida ao topo do Gokyo Ri (5.483 m). Nao sao, nem de longe, consideradas aventuras perigosas, que merecam um "parabens, voce mandou muito bem". Mas, ao contrario, o que sempre contou para mim foi a possibilidade da altura ampliar a dimensao da paisagem. Como bem definiu Robert Macfarlane, em seu Mountains of the mind, "visionary amplitudes of altitute". E, tambem, o prazer sem fim de estar bem e em paz em qualquer lugar. Eh isso o que me faz queimar os musculos das pernas, me deixar com nos (acento) nas costas e exercitar ao maximo a economia do ato, tao esquecido, de respirar com concentracao e consciencia vital.

Ontem, voltando a Kathmandu, feliz por estar voltando a "civilizacao", dei-me conta pela centesima vez (e nem precisava dar-me mais conta disso) que a vida com a montanha, no meio da natureza, eh bem mais vida, bem mais sonho, bem mais intensa, bem mais... real. Sao momentos, sao dias, sao situacoes, que me promovem, me deslocam, me transportam, para um universo sem modernidade, sem tecnologia, sem aceleracao. Acho que me vejo como um mergulhador das altezas, ou um montanhista das profundezas. Montanhas, ja disse antes, sao altares. Entao, acordei, calcei as pesadas botas, e fui rezar. Lembrei-me da bela frase de Kim Stanley Robinson, no classico 'Escape from Kathmandu': "One of those quiet Himalayan moments, where the world seems like an immense chapel". Quando me perguntam (e aqui na Asia sempre perguntam) qual eh a minha religiao, qual eh o meu deus (ou Deusa), divirto-me respondendo "minha religiao eh o caminhar na natureza, passear pelo mundo", e que meu deus (ou Deusa) "eh o Sol, a Lua... tudo o que eh para todos".

Quando nos reencontrarmos terei muito mais inspiracao e tempo para contar-lhes sobre a textura de cada pedra e de cada rosto que toquei com os olhos ou com os dedos, nesta viagem inesquecivel aos pes da maior montanha do mundo.

beijos e abracos de 8.850 metros,

Joao


PS - o nome tibetano para o Everest eh, ha muitos seculos, Chomolungma, "Deusa Mae do Mundo".

PS 2 - Este mixto de relato-mensagem eh especialmente dedicado a melhor mae do mundo, a minha!, dona Joy Santos Barbosa (17 de junho), alpinista de pedras-mais-que-preciosas. Com todo o carinho e amor para ela (e para todos voces tambem) segue uma selecao de "imagens das alturas" feitas com a melhor luz disponivel aos olhos. Valeu mae! ... mais uma vez, tocamos a troposfera!

...

Nota fotografica: Chomolungma aparece nas fotos 7558, 7594, 7621, 7448, 7451 e 7469. A ultima foto nao eh minha. Foi feita pela montanhista chilena Francisca Caballero. Sou eu, depois de escalar nas geleiras do glaciar do Khumbu, ponto de partida para os alpinistas que escalam o Everest, o Lhotse ou o Nuptse.

Tutche! Sala tetu!*

*(Grato. Ate breve!, na lingua Sherpa)

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Uma eterna criança



Entendo, hoje, aos setenta anos, que o que sustenta um homem realizado e feliz é o seu trabalho, o amor pelo outro no sentido da compaixão e da solidariedade e, principalmente, a criança que dentro do ser adulto nunca deve morrer. A vida, além de ser um moinho, como disse Cartola, é também um imenso parque de diversões, e estou certo de que não viemos aqui para nos aborrecer nem nos estressar, mas sobretudo para gozar as delícias dessa rápida passagem.

Walter Firmo
Fonte textual: Revista impressa FS

Por el mejoramiento humano






Próximo ao dia que Che completaria 80 anos, uma manifestação agita a cidade de Havana – Cuba. Jovens estudantes, operários, combatentes e artistas reuniram-se em protesto contra a prisão de cinco cubanos em cárcere norte-americano, confundidos com terroristas, justamente quando estavam pesquisando um ato terrorista em seu país.
O protesto aconteceu no Monte das bandeiras da Tribuna Antiimperialista Jose Martí, o lugar mais representativo no que tange ao repudio aos excessos imperialistas do governo dos Estados Unidos. As bandeiras negras, em frente ao prédio de negociações com o governo americano, representam o luto pelas pessoas mortas em combate e por ataques terroristas. A quantidade (138) significam cada ano de luta do povo cubano desde sua independência.
Os cinco cubanos em questão, Gerardo, Antonio, Ramon, Fernando e Rene, estão presos desde 1998 e foram recentemente sentenciados, pelo governo americano, por mais 13 anos de cárcere. Eles estavam investigando o ataque terrorista a Cuba, liderado por Santiago Alvez, venezuelano, que desfruta de liberdade ao invés de ser extraditado ao seu pais. É triste, mas ao mesmo tempo inspira esperança ver que ainda existem jovens que crescem acreditando na liberdade, na justiça e na ética, preceitos essenciais a qualquer sociedade, seja socialista ou capitalista.


Claudia Brandão e Henry Macário

terça-feira, 10 de junho de 2008

Uma foto é feita em 1/500s

O que está nela é que demora muito tempo para ser criado.




sexta-feira, 6 de junho de 2008

Claudia Andujar






Claudia Andujar nasceu na Suíça e viveu na Hungria e Estados Unidos, onde estuda no Hunter College de Nova Iorque. Na década de 50, muda para São Paulo e começa a fotografar. Em 57 se naturaliza brasileira. Atuou como fotojornalista na extinta Realidade e tem imagens publicadas na Life, Fortune, Quatro Rodas, entre outras. Já na década de 70 começa a documentar a vida dos índios amazônicos, notadamente os yanomami. Em 1979, participa da Comissão pela Criação do Parque Yanomami; em seguida, coordena campanha pela demarcação do território Yanomami e, entre 1993 e 1998, o Programa Institucional da Comissão Pró-Yanomami. É autora dos livros: 'Bicos World', (EUA, 58); 'The Amazon', (Holanda, 73); 'Amazônia' em parceria com George Love (78); 'Mitopoemas Yanomami' e 'Yanomami em frente do Eterno', (ambos de 79); 'Missa da Terra sem Males' (82). Em 1972, realiza o filme documentário 'Povo da Lua, Povo do Sangue: Yanomami'.

Recebeu duas bolsas da Fundação Guggenheim, de Nova York, em 1972 e 1974; e da Fundação de Auxílio à Pesquisa do Estado de São Paulo em 1976. Já expôs em diversos países como EUA, Portugal, Suíça, Alemanha, entre outros. Suas imagens fazem parte do acervo do MoMA, Eastman House e Museu de Arte de Houston (todos EUA). No Brasil, tem obras nas coleções Pirelli/Masp de Fotografia e MAC/SP.


Por Juan Esteves

Não é possível definir o trabalho de Claudia Andujar como documental. Há muito mais da arte do que da ciência em suas imagens. Muito mais emoção do que razão. O movimento, o uso do chiaro-scuro apurado, a sutileza de suas insinuações, estão mais para o prazer do que para o conhecer.

Suas imagens se tornaram antológicas a partir do momento em que os demais, ávidos da mesma mescalina, banalizaram o objeto fotográfico. É justamente por isso que seu portifólio sempre é poderoso. Arrojado por natureza, é vanguarda de qualquer época, é vanguarda da boa fotografia, da boa arte.

Fonte: Revista eletrônica FOTOSITE

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Espiritoculto




Debaixo das sombras escorre uma sombra mais densa. Ela se move a procura do mágico. Não o mágico prestigitador, aquele que encanta, mas o mágico que é mistério. Atrás das sombras existe uma profunda magia. Movimento de bicho, elo perdido, gasto no sonho de um dormir provocado, derrubado, induzido por desespero certeiro. Corpos caídos, por cima, a sombra, o negror.
Real, matéria-prima para quem o sabe moldar à imagem de seu sentir e, assim, retratar sua busca interna. O mistério do próprio eu trasmitido nas imagens. A magia do que procuramos em nós através desse lado de fora que enganosamente chamam de realidade.
A faca que penteia deixa ver a cicatriz que não é dor, apenas tensão do que está por vir. Por debaixo das sombras está não a vontade de mostrar, mas aquela de deixar sonhar, de soltar a imaginação. Aquela silhueta no mar, afinal, estará se envolvendo em espumas...?
Miguel Rio Branco

fotos: Christian Cravo
http://www.christiancravo.com/

domingo, 1 de junho de 2008

As crianças do terremoto

Parente busca nome de estudantes sobreviventes, em um estádio na cidade de Mianyang . Bobby Yip / Reuters

Em um país onde cada família tem permissão para ter somente um filho, que irá cuidar de seus pais quando estes forem idosos, o terremoto deixou um corte profundo na estrutura social chinesa. Michael Reynolds / EPA

Uma mãe segura o retrato de seu filho nos escombros da escola Fuxing. China Photo / SIPA

Crianças que sobreviveram ao terremoto cantam e dançam como parte da terapia organizada em um campo de famílias desabrigadas em Mianzhu. Autoridades estimam que mais de 5000 crianças ficaram órfãs com o desastre. Frederic J. Brown / AFP

Polícia tenta parar marcha de pais protestando em Mianzhu. Shiho Fukuda / New York Times

Jian Guozha, chefe do Partido Comunista de Mianzhu, ajoelha no chão perante pais furiosos, rogando que parem sua marcha. Shiho Fukuda / New York Times

Milícias e tortura


Rio - A noite do dia 14 de maio não terminou para a equipe de O DIA que fazia reportagem especial na Favela do Batan, Zona Oeste. Repórter e fotógrafo completavam 14 dias vivendo no local e a ansiedade natural do grupo – que sabia estar em território inimigo e tomava todos os cuidados para não chamar a atenção – deu lugar a um desconfiado otimismo, depois que moradores da favela convidaram parte da equipe para uma cerveja no Largo do Chuveirão. Fotógrafo e motorista, que havia se unido ao grupo, aceitaram o convite. A repórter ficou em casa, para não desobedecer a velada ordem da favela, que lança olhares de reprovação a mulheres desfrutadoras da noite.
A lei local, paralela como toda estrutura de comércio e serviços na região, também definiu fim violento para o trabalho da equipe do jornal na comunidade. No Largo do Chuveirão, local de maior concentração da favela, uma emboscada à vista. Fotógrafo e motorista, que imaginavam estar apenas indo para uma festa, acabaram conhecendo o inferno: foram rendidos por 10 homens armados, usando toucas ninja para cobrir o rosto. Mas outras coisas os bandidos não faziam questão de esconder: um dos carros usados no seqüestro foi o Polo vermelho placa KPB 4592, veículo de "policiamento" da milícia local. Sim, eram policiais e faziam questão de ressaltar isso.
O resto da história aqui.

O limite da lingerie

Reprodução de fotos da revista chinesa The New Travel Weekly

O governo chinês fechou uma revista que publicou um ensaio de fotos de modelos seminuas em meio aos destroços do terremoto que atingiu a província de Sichuan e deixou mais de 65 mil mortos.
Na edição de 19 de maio, a revista The New Travel Weekly publicou um editorial de moda exibindo modelos em lingerie com bandagens ensangüentadas posando no meio dos prédios demolidos pelo terremoto.
A publicação circulava na cidade de Chongqing, vizinha da província de Sichuan, que foi a área mais afetada. As fotos chegaram às bancas na segunda-feira, 18 de maio, primeiro dos três dias de luto oficial anunciado pelo governo.

fonte: G1